quinta-feira, 1 de abril de 2010

Ninguém em casa

A Ana e o Carlos acabavam de chegar ao bairro. Passaram a tarde a inspeccionar cuidadosamente o lugar. Uma casa chamou-lhes a atenção. Ficava na esquina da sua rua e ao lado de um prado. Era enorme, cinzenta e tinha um ar misterioso , com as portadas fechadas e o jardim cheio de cardos e ervas daninhas.
- Por que é que não viverá ninguém ali? - perguntou a Ana. - Como seria bonita se alguém cuidasse um pouco dela.
- Vá-se lá saber! - respondeu o Carlos. - Se calhar está enfeitiçada e por isso ninguém lá quer viver.
- Queres ir vê-la melhor, esta noite? - sugeriu a Ana. - Se existirem fantasmas, não podemos deixar de os ver!
O Carlos concordou. Gostava de ter uma irmã assim tão decidida.
Quando caiu a noite, agarraram nas lanternas e aproximaram-se da casa misteriosa. Esconderam-se atrás das grades da entrada, sem perderem de vista as janelas e as portas.
As doze badaladas soaram na torre da igreja e, ao mesmo tempo, as portadas começaram a abrir-se. Primeiro as do andar de cima, depois as do rés-do-chão. Uma luz fraca iluminava uma silhueta...
- Uma coruja! - exclamaram ao mesmo tempo. - Claro, que mais podia ser senão uma mamã coruja a acordar os seus filhos para irem para a escola?

Bina 7º2

A ilustração é um original do Cláudio do 6º1